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Bruna Togni's avatar

Adorei essa edição! E esse report do Age of Relevance é muito bom 🖤

Eu tava conversando com uns colegas (maioria Z e early Y) esses dias e perguntei o que eles mais sentiam falta nesse contexto de redes sociais. As respostas vieram bem nostálgicas (claro hehe). Muita gente comentou sobre as comunidades do Orkut, dizendo que lá, além de se sentirem parte de algo perene (era um hábito entrar praticamente todo o dia e conversar nos fóruns), elas de fato marcavam de encontrar pessoas, trocavam contatos, faziam ligações. Fiquei pensando sobre. Hoje, parece difícil de enxergar o outro nesses contextos pra além de uma hashtag de uma estética ou vibe ou pin mental. É muito mais sobre a imagem desse “eu digital” que pega fragmentos de outros “eu digitais” e lança de volta pra esse contexto hiper-fragmentado. Acho que meu ponto é que hoje, a referência, o ponto de partida pra essa troca é sempre o eu. Não mais o nós. E aí é de fato difícil de enxergar comunidades no online. O Sartre tem um estudo “o ser e o nada” em que ele fala sobre a consciência e existência através de 3 conceitos: o ser em si, ser para si e ser para o outro. Ser-em-si: o ser das coisas, sem consciência, fixo.

Ser-para-si: o ser humano, consciente e livre, em constante mudança.

Ser-para-o-outro: o ser visto pelos outros, limitado pela percepção alheia. E parece que hoje, existe cada vez mais essa força do ser-para-o-outro, da gente como objetos (ser-em-si) pro outro. Como um pin, como um save, como uma imagem. Enfim, talvez as culturas, subculturas e contraculturas estejam em outros lugares fora da internet mesmo e, principalmente, fora desse black mirror que só projeta a nós mesmos.

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Airton Vieira's avatar

Orkut, você deixou saudades ♡ Me pergunto quais seriam as estratégias de marca se atualmente tivéssemos algo como o movimento das comunidades do Orkut. Seria mais fácil para as marcas navegarem entre os grupos ou a necessidade de usar uma máscara para se encaixar nas bolhas faria com que as ações de community management assumissem um papel mais centralizado?

Com o Bluesky, notei que existe uma premissa de comunidades com o "community handle", um identificador que aparece no domínio dos perfis e pode ser customizado para identificar os membros de uma mesma comunidade. Ainda não está claro se a rede pretende ampliar a estratégia de comunidades, mas é uma possibilidade para se diferenciar das gigantes que têm tornado tudo cada vez mais centrado no 'eu', em vez do grupo. Torço pra que essa diferença aconteça.

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